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Belo Horizonte – os problemas urbanos que tangenciam sua extensão

🌟 Aluno Destaque do Colégio Savassi: Davi Salomão 🌟

Hoje, temos o orgulho de destacar o trabalho excepcional de Davi Salomão, aluno do 1º ano do ensino médio do Colégio Savassi, que desenvolveu um artigo impressionante sobre Ecologia Urbana, orientado pela professora Fátima Carvalho. Em seu projeto do 3º bimestre, Davi abordou com profundidade os problemas urbanos de Belo Horizonte, focando nas questões ambientais, sociais e de infraestrutura que impactam a qualidade de vida dos cidadãos.

📄 Leia o artigo na íntegra:

Colégio Savassi 

Ecologia Urbana – 3o Bimestre 

Projeto Bimestral: 16/09/24 

Professora – Orientadora: Fátima Carvalho 

Autor: Davi Salomão de Oliveira – 1o ano – Ensino Médio 

Belo Horizonte – os problemas urbanos que tangenciam sua extensão. 

Belo Horizonte (BH), uma das principais capitais do Brasil, vêm apresentando problemas significativos que afetam o cotidiano dos cidadãos. Portanto, é papel do estado proporcionar a resolução desses problemas, tal qual está previsto na própria constituição. Um emaranhado de normas abrange a constituição de 1988, e um deles que mais se relaciona é o direito à cidade. Ele reconhece o direito universal à habitação adequada, ao emprego, à cultura, ao lazer e a um ambiente saudável. Se falarmos mais sobre a pauta ambiental, é dever do Estado proteger o meio ambiente e combater a poluição em todas as suas formas. 

Belo Horizonte sofre com problemas crônicos de mobilidade, como o trânsito intenso. A falta de opções de transporte público eficientes e a alta taxa de motorização individual contribuem para a poluição do ar e a degradação da qualidade de vida. Podemos dizer que nesse tópico há a formação de um ciclo, pois o transporte público por não apresentar efetividade positiva, tanto na sua infraestrutura quanto na sua qualidade, acaba incentivando um maior quantitativo de pessoas a comprarem veículos particulares, piorando o trânsito e contribuindo para uma maior degradação ambiental. É urgente investir em infraestrutura e em políticas que incentivem o transporte coletivo e a mobilidade ativa. 

A poluição do ar em Belo Horizonte é um problema grave, causado principalmente pela emissão de poluentes veiculares e industriais. Essa situação coloca em risco a saúde da população. Foi publicado em abril dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-BH), que evidenciam um aumento de 18% nos casos de problemas respiratórios. Mais de 23 mil pessoas foram atendidas em BH em decorrência desses casos, na temporada de abril. As emissões excessivas afetam o clima, a composição atmosférica e acaba como consequência de problemas respiratórios.

O manejo inadequado dos resíduos sólidos urbanos constitui um grave problema ambiental em Belo Horizonte. A coleta seletiva, apesar de avançar, ainda enfrenta desafios que comprometem a eficiência do sistema de gestão de resíduos. A saturação dos aterros sanitários evidencia a necessidade de implementar políticas públicas que incentivem a redução, a reutilização e a reciclagem, visando minimizar os impactos ambientais e garantir a sustentabilidade do município. 

Um exemplo muito claro que materializa os impactos da poluição no âmbito hídrico é a Lagoa da Pampulha. De cartão postal para fonte de mal cheiro. A poluição por efluentes domésticos e industriais é um dos vários fatores que contribuem para a degradação da lagoa. O tratamento inadequado desses despejos resulta na contaminação da água por agentes patogênicos e na eutrofização (resultando na coloração turva da água) em um enriquecimento excessivo de nutrientes. Isso resulta do descarte inadequado de resíduos sólidos, que leva à proliferação de vetores de doenças e à liberação de produtos químicos tóxicos no ambiente aquático. 

O processo de sedimentação causa a deposição de sedimentos no fundo da lagoa, o que reduz drasticamente sua capacidade de armazenamento e prejudica as condições ambientais. Além disso, as indústrias da região da Pampulha liberam efluentes industriais que contêm substâncias tóxicas, aumentando significativamente a poluição da água. 

Essa contaminação tem uma ampla gama de efeitos prejudiciais à saúde pública e ao ecossistema aquático. A perda de biodiversidade é evidente, caracterizada pela perda de peixes e outros organismos aquáticos e pela degradação da vegetação ribeirinha. A água prejudicada dificulta o consumo e as atividades recreativas, de lazer, além de colocar em risco a saúde da população com doenças.. Além disso, a degradação ambiental da lagoa tem consequências socioeconômicas, prejudicando as atividades turísticas e a reputação da cidade de Belo Horizonte. 

O desmatamento é uma pauta muito importante de ser abordada, uma vez que esse cenário tanto na esfera nacional quanto na municipal vêm causando perceptíveis mudanças. A perda de vegetação nativa causada pela expansão urbana e pela ocupação irregular de áreas verdes resulta na fragmentação dos ecossistemas locais, seja de Mata Atlântica, Cerrado e vegetação de campo. A poluição luminosa também preocupa, pois o uso inadequado de luminárias pode prejudicar a flora e a fauna da cidade. Portanto, por se tratar de uma cidade

que tende a se desenvolver tecnologicamente, esse problema acaba passando imperceptível dadas as demais demandas. 

No último ano, o número de pessoas em situação de rua em BH aumentou de forma alarmante. Isso reflete numa vulnerabilidade social agravada por problemas econômicos, desemprego e elevados custos de vida, diante fatores de inflação, desvalorização da moeda e etc. Se formos considerar uma perspectiva contextualizada na pandemia de COVID-19, a situação se agrava consideravelmente levando um maior quantitativo de pessoas às ruas devido à perda de emprego, despejos e falta de apoio familiar e público. 

Aproximadamente 10 mil pessoas vivem nas ruas da capital mineira.Segundo estudos realizados pela faculdade de medicina da UFMG, esse quantitativo abrange tanto pessoas que não têm abrigo quanto pessoas que estão em abrigos temporários, normalmente precários. A população de rua é constantemente marginalizada e vulnerabilizada, enfrentando vários desafios, como a falta de moradia adequada, alimentação regular e de boa qualidade (ou pelo menos digna), assistência médica e segurança. 

Embora a prefeitura de Belo Horizonte ofereça serviços como abrigos, centros de convivência e programas de assistência social, eles não são suficientes para atender à demanda crescente que BH propõe a cada dia. O apoio oferecido pelo Estado tem sido complementado por iniciativas de organizações não governamentais e grupos comunitários. Isso se aplica principalmente ao fornecimento de alimentos, roupas e assistência emergencial. 

Além disso, há relatos frequentes de agressões e até homicídios contra as pessoas que vivem nas ruas, o que constitui um problema sério. A falta de políticas públicas de longo prazo e a estigmatização dessa minoria, que por se encontrar em tal situação está mais exposta ao risco da dependência química, são atrelados constantemente a comportamentos de violência, vandalização e etc. De um modo geral, essa reduzida atuação estatal agrava ainda mais o problema, deixando muitas pessoas em situações extremamente precárias.

REFERÊNCIAS: 

O TEMPO. Casos de doenças respiratórias crescem 18% em BH e podem disparar com tempo seco. O Tempo, 10 jul. 2023. Disponível em: https://www.otempo.com.br/cidades/casos-de-doencas-respiratorias-crescem-18-em-bh-e-pod em-disparar-com-tempo-seco-1.3360379. Acesso em: 16 set. 2024. 

BELO HORIZONTE. Prefeitura. Doenças Respiratórias. Prefeitura de Belo Horizonte, [s.d.]. Disponível em: https://prefeitura.pbh.gov.br/saude/doencas-respiratorias. Acesso em: 16 set. 2024. 

UFMG. Faculdade de Medicina detalha resultados do censo de população de rua de BH. UFMG, 19 nov. 2021. Disponível em: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/faculdade-de-medicina-detalha-resultados-do-censo-de populacao-de-rua-de-bh. Acesso em: 16 set. 2024. 

MOBILIZE BRASIL. Mobilize Brasil: por uma mobilidade sustentável nas cidades. Disponível em: https://www.mobilize.org.br. Acesso em: 16 set. 2024.